domingo, 22 de junho de 2014

O panoptismo de Michel Foucault


Modelo de um panóptico numa penitenciária dos Estados Unidos


  Michel  Foucault nos apresenta o seu conceito de panoptismo em sua obra de 1975, "Vigiar e punir", baseado na construção teórica do filósofo e jurista inglês Jeremy Bentham, que no fim do século XVIII cria um modelo, um projeto de prisão em forma circular, com uma torre no centro, essa torre seria o próprio panóptico, onde a partir desse ponto um observador central poderia ver todos os locais onde houvesse presos, o objetivo era vigiar, observar e não ser visto. O panoptismo segundo Foucault, seria um laboratório, onde as técnicas disciplinares de controle encontrariam os instrumentos necessário para atingir o seu funcionamento, o panóptico é uma máquina de observação onde se pode fazer experiências, Modificar o comportamento dos presos e controlar, de treinar e retreinar, um modelo generalizável de funcionamento onde a disciplina é um tipo de poder. Esse tipo de controle individualizante permite um modelo de mentalidade de exploração seja imposto, esse panóptico não é só aplicado no sistema penitenciário, ele adquire força nas diversas instituições como forma de controle do trabalho, do comportamento e das atitudes. 
   E a própria "microfísica do poder" exercendo seu funcionamento, em espaços recortados, fechados , todos os pontos são vigiados para se obter o maior controle, são modelos de exclusão e muitas vezes de isolamento e distribuição individualizante. Foucault fala em sua obra, do modelo Bentham fazendo referência
Michel Foucault
ao antigo tipo de controle da peste negra na Europa, espaços recortados e controlados, vigiados, o modelo do próprio panóptico foi usado no modelos das prisões dos Estados Unidos e Europa, é um aparelho. Para Bentham o modelo panóptico era 'leve', era totalmente diferente das antigas casas de detenção, com trancas pesadas, como fortaleza. Ela era tão completa que todas essas trancas e correntes eram substituídas pelas  geometria simples e econômica das janelas, da torre e dos posto de vigilância, da "casa de certeza". Foucault levanta a hipótese de que o modelo do filósofo inglês foi inspirado no projeto do zoológico que Le Vaux construíra em Versalhes. O panóptico é um local privilegiado para se fazer experências, um aparelho de controle sobre os seus próprios mecanismos, um modelo definidor das relações de poder, uma exemplificação dos mecanismos coercitivos do estado sobre os indivíduos, a disciplina excepcional dita pelo autor é o esqueleto de funcionamento desse modelo, o controle do olhar, do vigiar, é de todo o modo uma propriedade de um estado maior, onde se aperfeiçoa o exercício do poder.
  Foucault alerta para as inspeções desses 'olhos', eles devem a todo modo estar treinados, para a observação e para, de acordo com essa observação, exercer a devida disciplina a ser imposta, as técnicas punitivas se dão através desse olhar, é onde se aplica as relações de disciplina, para que se registre e se diferencie as diferentes formas do corpo social, o panóptico é uma "anatomia política" num processo de subordinação das forças e dos corpos, sujeitos a esse poder de vigiar.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

A Proeminência de Michel Focault

 O filosófo Michel Foucault nasceu em 1926, na cidade de Pointers na França, seus trabalhos epistemológicos atravessaram a filosofia e chegaram a campos vastos, como as ciências sociais, a história e a pedagogia, sendo que sua proeminência além de ser notável, é pioneira, numa época bastante dualística Foucault rejeita esteriótipos sobre o conceito de avaliação de suas obras. 
  O pioneirismo de Foucault se aplica a um período da sociedade francesa, de questionamentos nascentes, dentro de um contexto de Guerra Fria, ele pretende analisar com suas obras, aspectos específicos da sociedade, como "A história das sexualidades" estudos sobre as identidades de gênero, o sistema judiciário com "Vigiar e punir" (sistema repressivo e as instituições carcerárias), "Arquelogia do saber" um estudo bastante elaborado de vários conceitos epistemológicos do ensino e da filosofia do saber, "A ordem do discurso" segue essa linha epistemológica da construção de discursos sociais, "História das loucuras" uma de suas primeiras obras onde analisa o papel das instituições de saúde mental, dentre tantas outras obras.
  Sua personalidade intrigante e sua vida acadêmica bastante produtiva, faz de Foucault e suas obras de uma importância substancial as ciências sociais e a história, sua análise demonstra a urgência de um tempo moderno e da dinâmica que posteriormente a queda do bloco socialista, se encaixariam as estruturas de análise de pensadores contemporâneos, seus esforços são em analisar estruturas sociais que em um todo, se encaixariam no seu principal conceito, as "relações de poder" que estão presentes dentro da sociedade e do estado, que em seu máximo poder estaria sobre um controle total das instituições sociais e das pessoas através de meios repressivos de punição e disciplina.
  Odiado por uns, amado por outros, estudados por muitos, não é de se negar a proeminência dos trabalhos de Michel Foucault, ele parte de uma terceira via em um período onde se você não era de uma corrente ideológica, necessariamente estaria no canto ideológico oposto. Ele vem pra quebrar essa barreira e analisar as especificidades e particularidades que explicam os principais problemas sociais de um tempo cada vez mais dinâmico.