quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Jacques Le Goff - A Identidade Medieval

   


   Um dos importantes nomes que  para se entender bem a história Medieval, se chama Jacques Le Goff. Nascido em 1924, na cidade de Toulon na França, ele passou pelos principais centros acadêmicos franceses, sendo muito importante o seu método de análise no que diz respeito ao homem medieval. Dando complexidade ao assunto, Le goff aborda os diferentes campos do medievo, publicando diversos estudos que renovaram a pesquisa história, aplicando o seu fator de complexidade na análise da mentalidade e sobre a antropologia da Idade Média. Agora, o tempo medieval não se restringe a "Idade das Trevas" e ao domínio total da Igreja. Se tem agora, uma concepção de uma constante construção desse novo imaginário, político-social, de gestos, de maneiras e de condições do homem medieval.
   Dentre suas obras cheias de erudição e pensamento intelectual, se destacam "A Civilização do Ocidente Medieval" de 1964; "Para um novo conceito de Idade Média" de 1977; "Por amor às cidades" de 1997. Ainda se destaca a Biografia de São Luís, e sua principal obra; "História e memória" de 1988, que mergulha no campo historiografia bastante vasto nos conceitos da natureza da história, sobretudo da história medieval.
   Representante da Terceira Geração da escola  francesa dos Annales, revolucionou o conceito de Idade Média, para ele a falta e a escassez de documentos que retratassem a natureza individual do homem desse período não eximiam o historiador de voltar as suas atenções para o medievo, não se deve tirar a responsabilidade de definir o seu próprio objeto de estudo, na construção desse imaginário. Le Goff nos deixou em 1 de abril deste ano, como um grande admirador desse medievalista francês, não deixaria de prestar uma homenagem a esse grande historiador que tanto contribuiu muito para história da Idade Média.

sábado, 2 de agosto de 2014

A cidade Medieval

 
Comércio na cidade Medieval


   Muito se fala sobre a ruralização na Idade Média, muitas aspectos porém, tem que ser destacados quando se trata  do papel da cidade nascente. Os pequenos centros de comércio começaram a aparecer no final do século XII, atendendo uma necessidade das dinâmicas econômicas, ou seja, o papel do dinheiro. As feiras se formavam, antes apoiadas por um sistema de trocas, o escambo pouco a pouco foi sendo substituindo, principalmente nos grandes centros urbanos. A cidade Medieval, em nada se parece com a cidade antiga, arquitetonicamente falando, suas ruas estreitas em nada tinham a ver com as nababescas cidades da antiguidade. O modo de tratamento sanitário da cidade medieval, como se sabe, era  um  tanto quanto deficiente. As suas ruas tinham uma concentração, os artífices viviam em casas de pequeno porte, o que Jacques Le Goff chama de "cidade compacta" e " pequena Veneza" que serviam como entrepostos comerciais.  
   Na frança, o papel marítimo do comércio era evidente, as cidades eram meros portos de desembarque dos excedentes comerciais, e pontos de informações importantes. Le goff e Huizinga, como grandes medievalistas do século XX, apresentam contrapontos nessa visão de cidade Medieval, atrasada e meramente produto tardio da "Idade das Trevas". Suas contribuições para entender esse, é que o historiador deve analisar a cidade nesse período com outra perspectiva historiográfica, analisando a complexidade que foi a Idade Média. A cidade necessitava de dinheiro, pois era mais intensa essa relação de comércio no dia a dia, os trabalhadores que viviam nos centros urbanos, tinham essa sensação de que produziam mais coisas "úteis" do que o camponês de trabalho braçal, que nada necessitava de dinheiro, pois sua vida era "sem ambições latentes".  Do que se sabe, pouca era a população que vivam nos centros urbanos, a maioria das massas eram de origem campesina, dentro do sistema feudal, porém, pode-se notar o papel das cidades nesse processo de transição da Idade Média para a Idade Moderna, seu comércio e suas relações com a moeda, são em suma o aspecto principal que carrega a cidade Medieval.