quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

O existencialismo de Sartre




  Sou muito suspeito para falar de Jean-Paul Sartre, por ser um dos meus filósofos favoritos, me atenuo aos fatos e simplesmente me foco a abordar uma de suas obras mais instigantes, "A náusea" de 1938 e seu fator fenomenológico e existencialista. Esse primoroso trabalho do filósofo francês apresenta características niilistas, ele por si só afirma o caráter intimista e de busca existencial que essa obra apresenta. "A náusea" é nada mais nada menos do que essa prisão existencial em que o ser humano se encontra, explicando de forma simples ele acredita que as perguntas sobre o porque de estarmos nesse mundo no leva a beira de uma prisão, tentar escapar disso, e não pensar na existência já torna esse pensamento de caráter existencial.   Na obra, Sartre nos mostra o personagem Antonie Roquentin, um historiador letrado e viajado, que chegando a cidade de Bouville (que metaforicamente representa algo sujo e impuro) com o intuito de escrever a biografia do marquês de Rollebon, se deparando com a vida nababesca e ao mesmo tempo pitoresca do marquês, sua forma que cria uma aversão as pessoas, ele entra em uma profunda crise existencial na qual se depara com o fato do homem sempre se perguntar "Por que e para que existo?". Num trecho, Sartre fala: "Tudo que existe nasce sem motivo, se prolonga por fraqueza e tem um encontro com a morte" isso é bem o estilo de Sartre, seu desapego as coisas mundanas o colocavam a prova de sempre buscar esse existencialismo, para isso ele usa mecanismos de busca da essência humana, passando a atribuir a existência a algo gratuito, ilógico, ilusório e artificial, buscando assim tornar suportável a nossa existência.

   Um desses mecanismos é o que ele chama de "captura do tempo".  Uma organização das memórias de nossa vida, seria atribuída a forma como nos lembramos e assim nos apropriamos dos fatos para que eles se tornem uma "existência ilusória" outro mecanismo que ele descreve é os das "grandes mentes" que dominam as ciências e conhecimento, tendo as explicações mais plausíveis eles dominam o mundo a si mesmo, criando uma falsa ilusão de completude da existência, fazendo uma analogia a Platão, quando fala do homem preso na caverna, ele vê uma "refração" do mundo exterior, mais em vez de estuda-lo se limita a conhecer minuciosamente a sua caverna. Sartre foi acusado de disseminar o ateísmo e através do seu existencialismo e obscurecer o lado luminoso da vida. Para se defender de suas críticas ele se refere ao termo humanismo no sentido de que toda a ação passa pela subjetividade, assim toda a ação é humana, seja repugnante ou não. Ao nos darmos nos noticiários com as injustiças nos perguntamos "isso é humano" mais isso não significa caráter pessimista de suas obras, ao contrário é um questionamento valido na atualidade, diante de tantas atrocidades e sede de justiça; Qual é o papel existencial da vida humana?

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