Depois de tanto tempo, volto aqui para
encerrar a série sobre o feudalismo, falando de forma rápida do processo de
estruturação do sistema vassálico e a posterior disseminação do sistema feudal. Durante a formação e
consolidação do Reino Franco, entre os séculos VII e IX, o modelo de vassalagem
real se instaura. O rei tinha a disposição um exército, que atendia uma demanda
imediata da proteção do estado no período de guerra. Nesse período, há o que
chamamos de um debate acerca da formação das estruturas sociais e fundiárias do
começo da Idade Média. Para tais atribuições, o sistema necessitava de uma
estruturação para se manter. No momento em que rei Carlos Magno sobe ao poder,
cria-se um sistema onde se desenvolve laços de fidelidade, eles tem um papel primordial. O cumprimento de obrigações para com um soberano,
implementava um modelo estruturado por cadeias de vassalagem, onde um rei que
trazia para perto de sua influência, uma elite aristocrática que detinha
terras, aliás, a terra era o maior bem que uma pessoa poderia ter nesse
período, ter terras representava que a pessoa era rica. O Império Carolíngio se
consolida através desse modelo, fundiário na sua essência, porém firmado numa
relação de reciprocidade, onde o soberano dava concessões aos grandes senhores
em troca de serviços militares.
A
dinastia carolíngia subiu ao poder aproveitando a fragmentação dos merovíngios
e a ajuda do papado romano. Carlos Magno trouxe um modelo de administração
bastante conhecido, que se perpetuou ao fim de seu Império (os ducados,
condados e marquesados). Carlos magno conquistou boa parte das terras da parte
ocidental da Europa, porém o que se viu foi posteriormente ao seu reinado foi a
sua fragmentação. O sistema de vassalagem levou a uma atenuação do distanciamento
das elites fundiárias, os grandes senhores detentores de terras passaram a
possuir uma concessão do usufruto da terra, como um patrimônio privado. As
terras do Império Carolíngio foram divididas entre seus herdeiros, mas como
havia uma disputa por poder, boa parte dos domínios dos francos foram
perdidos. O esfacelamento do Império Carolíngio se dá a partir do momento em que
as antigas nomeações e circunscrições administrativas (condados, ducados, etc.)
se transformaram em pequenos estados autônomos do poder real, eles se tornaram
assim em uma porção de pequenos "reinos", onde o feudo continuará
atrelado ao trabalho compulsório, desta feita sob o comando de um grande senhor
feudal.
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