quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

O feudalismo: Estruturação do Reino Franco

  


  Depois de tanto tempo, volto aqui para encerrar a série sobre o feudalismo, falando de forma rápida do processo de estruturação do sistema vassálico e a posterior disseminação do sistema feudal. Durante a formação e consolidação do Reino Franco, entre os séculos VII e IX, o modelo de vassalagem real se instaura. O rei tinha a disposição um exército, que atendia uma demanda imediata da proteção do estado no período de guerra. Nesse período, há o que chamamos de um debate acerca da formação das estruturas sociais e fundiárias do começo da Idade Média. Para tais atribuições, o sistema necessitava de uma estruturação para se manter. No momento em que rei Carlos Magno sobe ao poder, cria-se um sistema onde se desenvolve laços de fidelidade, eles tem um papel primordial. O cumprimento de obrigações para com um soberano, implementava um modelo estruturado por cadeias de vassalagem, onde um rei que trazia para perto de sua influência, uma elite aristocrática que detinha terras, aliás, a terra era o maior bem que uma pessoa poderia ter nesse período, ter terras representava que a pessoa era rica. O Império Carolíngio se consolida através desse modelo, fundiário na sua essência, porém firmado numa relação de reciprocidade, onde o soberano dava concessões aos grandes senhores em troca de serviços militares. 
  A dinastia carolíngia subiu ao poder aproveitando a fragmentação dos merovíngios e a ajuda do papado romano. Carlos Magno trouxe um modelo de administração bastante conhecido, que se perpetuou ao fim de seu Império (os ducados, condados e marquesados). Carlos magno conquistou boa parte das terras da parte ocidental da Europa, porém o que se viu foi posteriormente ao seu reinado foi a sua fragmentação. O sistema de vassalagem levou a uma atenuação do distanciamento das elites fundiárias, os grandes senhores detentores de terras passaram a possuir uma concessão do usufruto da terra, como um patrimônio privado. As terras do Império Carolíngio foram divididas entre seus herdeiros, mas como havia uma disputa por poder, boa parte dos domínios dos francos foram perdidos. O esfacelamento do Império Carolíngio se dá a partir do momento em que as antigas nomeações e circunscrições administrativas (condados, ducados, etc.) se transformaram em pequenos estados autônomos do poder real, eles se tornaram assim em uma porção de pequenos "reinos", onde o feudo continuará atrelado ao trabalho compulsório, desta feita sob o comando de um grande senhor feudal.

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